A DOR DE SER ARTISTA Ingmar Bergman, com seu contundente filme NOITES DE CIRCO (90’), Suécia (1954), traz para a tela um dos temas que lhe é muito caro, e que viria a se repetir em vários de seus filmes, nos anos seguintes. A arte como fonte de sofrimento para o artista. E a humilhação como uma das chagas mais…
A VIOLÊNCIA COMO FORMA DE INDIGNAÇÃO Um dos filmes que está na ponta da agulha para ganhar o Oscar 2018 de melhor filme, e que, diga-se, já levou o Bafta, é o insustentável e às vezes inacreditável TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME (115’), direção de Martin McDonagh, Inglaterra (2017). Podemos dizer que se trata de um filme de personagem, tamanha…
A MATERNIDADE É UM DEVER DA MULHER “Ellius espera que sua esposa cumpra com o seu dever”. Quem poderia ser o autor desta sentença? Ora, o próprio, o Ellius! Que dever? A maternidade. É contra este milenar dever, ao qual ela parece estar condenada, que a mulher tenta se rebelar. E se reconstruir. O desejo de se ter filho é…
TUDO NÃO PASSA DE MENTIRAS! O icônico filme de Ingmar Bergman, GRITOS E SUSSURROS (90’), Suécia (1972), nos remete a um mosaico de sensações perturbadoras e sentimentos imprecisos, os quais vamos experimentando ao longo de uma sequência de cenas de gritos e sussurros. Por trás de cada sussurro, há algo que não é revelado. Por trás de cada grito, uma dor…
O SILÊNCIO DE DEUS Ingmar Bergman retoma em LUZ DE INVERNO (107’), Suécia (1963), um dos temas recorrentes em sua filmografia. O silêncio de Deus. O filme faz parte da “Trilogia do Silêncio”, juntamente com outros dois filmes, Através de um Espelho e O Silêncio, nos quais Bergman aborda mais demoradamente a temática religiosa, e o faz de uma forma tão consistente que é…
RÁPIDO, QUE O CAFÉ VAI ESFRIAR! O premiado filme FILHO DE SAUL (107’), com direção de Lázsló Nemes, Hungria (2015), entra no campo de concentração de Auschwitz para oferecer ao espectador uma visão original (e terrível) do holocausto. É verdade que já nos acostumamos a assistir a filmes que nos colocam dentro de guetos judaicos; ou que nos fazem acompanhar…
A FONTE DA TRAGÉDIA Com o pungente filme A FONTE DA DONZELA (89’), Suécia (1960), Ingmar Bergman mais uma vez recua no tempo e retorna às florestas sombrias da Idade Média para falar de religião e dos seus subprodutos, o pecado, a culpa, a ignorância, o medo da morte, a submissão à fé e, como condição humana perfeita a ser alcançada, a…
O INESGOTÁVEL PRAZER DE SE VIVER A VIDA Talvez seja este um filme que mereça ser assistido deitado no tapete, a cabeça acomodada sobre duas ou três almofadas. Ou no sofá mesmo, de fato, mais cômodo para se comer pipoca enquanto vamos degustando o saboroso ZORBA, O GREGO (142’), direção de Michael Cacoyannis, Grécia/EUA (1964). O filme é tirado do…
HÁ FUTURO NA VELHICE? Há muitos olhares que podemos lançar sobre este belíssimo e premiado filme de Ingmar Bergman, MORANGOS SILVESTRES (91’), Suécia (1957). Mas um deles nos parece ser o que mais traduz o filme: a ideia de finitude. Afinal, na velhice, o horizonte já não está mais lá, ao longe, diante de nós. Ele parece agora se arrastar sob…
RECOMEÇAR É PRECISO, SEMPRE! NOITES DE CABÍRIA (118’), direção de Federico Fellini, Itália/França (1957), é um filme que nos faz oscilar entre a esperança e a desesperança. Se pensarmos que a vida não precisava ser tão complicada, nem precisava ser feita de tantos altos (esperança) e baixos (desesperança), e se pensarmos também que, decepção após decepção, vamos sempre ter que…